A Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) entregou no dia 9 de junho na Assembleia da República o “Relatório de Atividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais – 2021”.

Este relatório resulta da monitorização dos projetos em que participam dezenas de entidades, e os resultados agora reportados são consequência do trabalho de equipa. A AGIF reporta publicamente de acordo com as suas atribuições de coordenação estratégica do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR).

Portugal investiu 316 milhões de euros na gestão do risco de incêndio rural, não contabilizando o envolvimento da administração local e dos proprietários. Este investimento foi mais 9% do que em 2020 e representa uma distribuição de 46% em prevenção e 54% em supressão.

Até ao final de 2021, foram desenvolvidos 78 dos 97 projetos do Programa Nacional de Ação (PNA), colocando em 80% o nível de projetos em curso, com 60 das 128 metas previstas para o ano a serem atingidas em 2021.

No ano passado, a gestão de vegetação foi realizada em cerca de 88 000 hectares, mais 25% que em 2020 sendo o valor mais elevado até à data. O objetivo são 300 000 hectares/ano a atingir em 2026. Sendo a larga maioria das áreas a gerir detidas por privados, é essencial a sua mobilização.

A agregação de proprietários por via das Áreas Integradas de Gestão da Paisagem representou 2,5% dos espaços florestais, enquanto as Zonas de Intervenção Florestal e Baldios já representam 2,3 milhões de hectares, localizados a norte do Tejo e com uma expressão que representa quase 50% das áreas a intervencionar.

Foi elaborado e entregue o Plano Nacional de Qualificação SGIFR com a definição dos parâmetros para desempenhar funções no Sistema e em paralelo, foi concluída a formação de perfis prioritários através da ANEPC/Escola Nacional de Bombeiros, GNR e IPMA, com mais de 64 000 horas e 5 700 agentes SGIFR formados. Para além da capacitação conjunta, a GNR formou 155 Guardas Florestais, o ICNF recrutou e formou 40 elementos para a Força de Sapadores Bombeiros Florestais e recebeu da AGIF, cerca de 36 técnicos superiores com formação especializada em gestão do fogo rural, planeamento, gestão de projetos e liderança.

Houve uma redução do número de incêndios em 15% face ao ano anterior e uma redução em 38% dos incêndios intencionais. O uso do fogo continua a ser a principal causa de incêndios rurais, representando 56% do total, motivados pela eliminação de sobrantes agrícolas e renovação de pastagens. No entanto, as causas associadas as intencionalidades contribuíram para 41% da área ardida.

Os cidadãos mostram-se sensibilizados para a gestão da vegetação em torno das suas habitações, e o programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”, após as limitações da pandemia exibiu em 2021 um ligeiro crescimento, com 2 064 aldeias abrangidas – mais 76 (+4%) do que em 2020.

Em 2021, o dispositivo de supressão definido pela ANEPC foi reforçado com mais bombeiros e sapadores, que representam igual proporção, com cerca de 12 000 elementos, dos quais 69% já são profissionais. Num processo já consolidado, os 59 meios aéreos foram geridos pela Força Aérea.

Houve uma diminuição dos impactos dos incêndios rurais com menos vidas humanas a lamentar (6), menor número de incêndios (8 223) e menor área ardida (28 415 ha).

Superando o previsto no Programa Nacional de Ação do Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, 93% dos incêndios foram extintos em ataque inicial e com um tempo médio de chegada ao teatro de operações de 16 minutos. A taxa de reacendimentos viu o seu valor fixar-se em 2%, valor favorável abaixo da meta dos 5%.